sexta-feira, 5 de março de 2010

A CENA DO BEIJO


(Um casal em algum lugar da galáxia)

Mulher - Acontece que estou jogada às traças.

Homem - Às traças?

Mulher - É. Todo mundo beija e eu fico a ver navios.

Homem - Não seja por isso. (tenta beijá-la).

Mulher - A pressa é inimiga da perfeição.

Homem - Ora! Não me leve a mal. É que ti vi assim tão “frágilzinha” que não resisti.

Mulher - O apressado come cru. Eu não saiu por aí beijando assim, de supetão! E de mais a mais você chegou de mãos abanando. Assim eu fico tímida.

Homem - Mas eu não sabia. Pensei que um presente pudesse lhe ofender.

Mulher - Ofender? Isso é papo de pé rapado.

Homem - Pé rapado?

Mulher - Quem mal começa, mal acaba. (silêncio). Vai ficar aí pensando na morte da bezerra? Tome uma atitude.

Homem - (tenta beija-la. Ela se esquiva). Agora eu nao entendi Patavinas. O que queres de mim?

Mulher - Depende. O que tens pra me dar?

Homem - Eu? Ai de mim. Sou um homem sem eira nem beira.

Mulher - Tá vendo? E eu aqui caindo no conto do vigário. E se eu tivesse dado o beijo? ... seguro morreu de velho!

Homem - Você é dessas então? Uma santinha do pau ôco? Me seduziu e agora joga na rua da amargura.

Mulher - O que? ... repita! O que? Acha que beijo quelquer um? Se beijo qualquer um, caio na boca do povo.

Homem - Ah é? Então fique aí com seus beijos. (saindo).

Mulher - Já desistiu? onde você vai?

Homem - Vou pra onde o judas perdeu as botas. (sai).

Mulher -vai pra casa do capéu!

(fim)

Nenhum comentário:

Postar um comentário