sexta-feira, 5 de março de 2010

" aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo"


Escrever, descrever, reescrever. Quantas segundas chances temos?
Escrevo, descrevo, reescrevo.
Enquanto houver respiração e batidas de coração, enquanto houver pão, carne e amor continuarei escrevendo, descrevendo e reescrevendo.
Reescrever, nem sempre quer dizer consertar, as coisas escritas nos dias de hoje não tem como consertar. A moral é implacável. "uma vez flamengo, flamengo até morrer", um bêbado sempre será um bêbado, mesmo que fique 30 anos sem beber, um ladrão sempre ladrão, um merda sempre um merda...

Mas ainda assim acredito no reescrever, no fazer melhor, e devo e encontro meus iguais que tomam os erros como lição, como motor dos novos dias e buscam errar menos, magoar menos, maltratar mesmo, amar mais, chorar mais, brincar mais antes que o sangue fique de barata e o coração de pedra...

Não sei por onde recomeçar, mas assim como os gatos morremos uma única vez, ou sete. prefiro morrer sete, que fique registrado! Prefiro morrer sete, morrer sete vezes é viver sete vezes e viver sete vezes é o maior dos prêmios.

Precisamos morrer mais vezes para viver mais vezes todas as vezes possíveis. hoje eu morri um vez, quer dizer que comecei a viver de novo!!

eu tô vivo!
eu tô vivo!
eu tô vivo!
eu tô vivo!
eu tô vivo!
eu tô vivo!
eu tô vivo!

A CENA DO BEIJO


(Um casal em algum lugar da galáxia)

Mulher - Acontece que estou jogada às traças.

Homem - Às traças?

Mulher - É. Todo mundo beija e eu fico a ver navios.

Homem - Não seja por isso. (tenta beijá-la).

Mulher - A pressa é inimiga da perfeição.

Homem - Ora! Não me leve a mal. É que ti vi assim tão “frágilzinha” que não resisti.

Mulher - O apressado come cru. Eu não saiu por aí beijando assim, de supetão! E de mais a mais você chegou de mãos abanando. Assim eu fico tímida.

Homem - Mas eu não sabia. Pensei que um presente pudesse lhe ofender.

Mulher - Ofender? Isso é papo de pé rapado.

Homem - Pé rapado?

Mulher - Quem mal começa, mal acaba. (silêncio). Vai ficar aí pensando na morte da bezerra? Tome uma atitude.

Homem - (tenta beija-la. Ela se esquiva). Agora eu nao entendi Patavinas. O que queres de mim?

Mulher - Depende. O que tens pra me dar?

Homem - Eu? Ai de mim. Sou um homem sem eira nem beira.

Mulher - Tá vendo? E eu aqui caindo no conto do vigário. E se eu tivesse dado o beijo? ... seguro morreu de velho!

Homem - Você é dessas então? Uma santinha do pau ôco? Me seduziu e agora joga na rua da amargura.

Mulher - O que? ... repita! O que? Acha que beijo quelquer um? Se beijo qualquer um, caio na boca do povo.

Homem - Ah é? Então fique aí com seus beijos. (saindo).

Mulher - Já desistiu? onde você vai?

Homem - Vou pra onde o judas perdeu as botas. (sai).

Mulher -vai pra casa do capéu!

(fim)